Derrocada das utopias e o Pablo Trapero reinventa a seu modo um cinema político, sagaz, complexo. Assistir a um filme para pessoas adultas - depois da pausterização mental que o cinema hollywoodiano nos provoca - e tantos ísmos de filmes modernismo faz a gente sair meio torto de Elefante Blanco.
Filme-favela argentino, com padres em torno de projetos sociais numa "vila" dominada por narcotraficantes, em que tentativas de resgatar pequenos delinquentes do vício e do trabalho do tráfico estão sempre frustradas, e o compromisso social, a vocação, o engajamento e a interferência são conflitos diários a serem superados. Conduzido ao modo clássico, numa dinâmica impressionante e com centenas de atores. Uma super produção. Filme político, mas a religião e o drama político amalgama-se. Sem ênfase (e/ou conflito maior) para questão do celibato e o transcurso entre o catolicismo tradicional anedótico (a verificação de um milagres) e a intervenção política-social de enfrentametno de problemas muito humanos.
Conflitos éticos, resignação atávica, abnegação/entrega quase sobre humana vão encaminhar tudo a uma tragédia que o desfecho tentar salvar, escamotear.
Um grande, grande, grande filme. A atuação iluminada de Ricardo Darin (ele existe?), a surpresa do francês Jeremie Renier atuando muito bem em espanhol e a potência de Martina Gusman, botando o poder da mulher (ela é uma assistente social no filme) de integrar, dialogar, empreender ações humanas; além de botar carne/tensão no espírito humanitário de Elefante Blanco.
Indubitavelmente o melhor filme de Pablo Trapero.